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“Há pouco conversei com meus demônios…”

julho 2, 2022

Há pouco conversei com meus demônios.

Acertamos um cessar-fogo.

A ideia partiu deles.

Claro, é difícil confiar em demônios!

Ainda mais quando conversamos muito com eles.

O papo foi reto,  até agradável. Quase esqueci que estava ali, conversando com demônios.

Fechado o acordo, sumiram, como se jamais tivessem existido.

De novo, só eu e você.

Deveríamos aproveitar o cessar-fogo.

Mas você continua montado no velho cavalo de madeira do carrossel. 

O parque de diversões assombrado por palhaços psicopatas.

 Você vê eu esperando o momento exato de saltar da cela e cair de pé.

O primeiro passo rumo ao que chamam de paz interior, satori, nirvana, revelação, epifania,  insight ou seja lá o que aqueles anjos prometeram que você e eu teríamos, se déssemos a devida atenção a eles.

Contudo, parece que o carrossel gira mais e mais rápido. Fica cada vez mais difícil decidir o momento exato de pular desse cavalo que dá solavancos debaixo da nossa bunda suada.

Precisamos saltar logo, se ainda quisermos ter alguma chance com os anjos.

Oh, que pena. Não foi desta vez.

Demoramos demais para decidir e o cessar-fogo acabou.

Reclamamos que a trégua foi curta e os demônios dizem que a vida é assim.

Você teve sua chance. Agora é fogo cruzado ao sol da meia-noite ou à lua do meio-dia.

Eles sabem do que falam. Afinal, são demônios!

 E estão de novo aqui, agora, conversando comigo e com você.

Papo reto, conversa agradável.

A gente quase esquece que está conversando com demônios.

Novamente.

“Interessante se pudéssemos nos comunicar de forma menos imprecisa, perigosa e confusa do que por palavras..

junho 23, 2022

“Interessante se pudéssemos nos comunicar de forma menos imprecisa, perigosa e confusa do que por palavras.

“Milhares de anos atrás, comunicarmo-nos por sons cada vez mais articulados foi essencial para compreendermos

que cooperar era vital para a sobrevivência e evolução como espécie, social e fisicamente.

“Neste momento, porém, parece que as palavras, de tão vulneráveis, flexíveis em seus sentidos e significados, se transformaram em ameaça constante a nossa originária capacidade de nos socializarmos de modo menos tóxico e mais real.

Com os que se aproximam e com os que vivem perto de nós.”

Disse tudo quase sem respirar.

Estava lá por acaso.

Um amigo com quem peguei carona disse que precisava primeiro deixar um pacote no caminho.

Paramos do outro lado da rua, e ele foi entregar o pacote numa numa pequena casa com uma enorme árvore  na frente, que fazia a casa parecer menor ainda.

A porta se abriu, ele entrou e a porta se fechou.

O tempo passava e ele continuava na casa.

Saí do carro, atravessei a rua, bati na porta da casa.

Ninguém respondeu.

Bati de novo, com mais força.

A porta se abriu e um homem velho, bem velho, cabelos longos ralos, brancos, barba idem, fez sinal para que eu entrasse.

– Meu amigo veio aqui para…

O velho, que parecia um duende que cresceu demais, colocou o polegar no nariz, indicando que eu deveria ficar em silêncio.

Olhei em volta. O tamanho da sala era desproporcional à impressão que se tinha do lado de fora do imóvel.

Enorme. Totalmente vazia.

Virei-me para o velho duende anfitrião.

Havia sumido.

Reparei que a sala tinha forma circular. Várias portas ao redor.

 Iguais e brancas.

Só percebi isso depois que as luzes ficaram um pouco mais fortes.

Antes a sala estava envolta  numa penumbra suave, com algumas luzes fracas se destacando mais perto ou mais distantes.

Um cenário, sem dúvida.

E, naquele momento, me senti como o único personagem de uma peça assistida por uma platéia invisível.

Não fazia ideia do roteiro, nem da estória que estava sendo contada naquele palco.

Nem quem a estava contando, nem para quem ela estava sendo contada.

Abrir uma das portas brancas ao redor da sala pareceu ser uma coisa lógica a fazer.

Precisava apenas escolher uma  delas e abri-la.

O resto seria sequência,

ou consequência.

Abrir uma das portas envolvia um ato lógico. Escolher uma delas, não.

Era como jogar dados contra a parede. Nada garantia que os dados nos dariam o número de pontos que nos levaria à vitória

 Mesmo assim, mentalizávamos esse número na cabeça, atitude totalmente ilógica.

Vencendo ou perdendo, continuávamos a fazer isso sempre que voltávamos a jogar dados contra a parede.

Escolher qual porta abrir parecia pertencer a esse terreno pantanoso entre o que realmente vemos e o que imaginamos que vemos como sendo a realidade.

Atordoado pelo tiroteio cerrado entre meus neurônios dentro da cabeça , caminhei até uma das portas brancas e a abri, atitude ilógica e irracional.

Como era ilógico e irracional haver cerca de 50 pessoas sentadas em cadeiras alinhadas como num pequeno auditório quando entrei pela porta que escolhi para abrir.

Homens e mulheres de idades variadas e todos e todas olhando para mim.

Levantaram e bateram palmas.

Sentaram. E continuaram olhando para mim.

O velhinho duende reapareceu e me entregou um microfone.

“Interessante se pudéssemos nos comunicar de forma menos imprecisa, perigosa e confusa do que por palavras.

“Milhares de anos atrás, comunicarmo-nos por sons cada vez mais articulados foi essencial para compreendermos

que cooperar era vital para a sobrevivência e evolução como espécie, social e fisicamente.

“Neste momento, porém, parece que as palavras, de tão vulneráveis, flexíveis em seus sentidos e significados, se transformaram em uma ameaça constante a nossa originária capacidade de nos socializarmos de modo menos tóxico e mais real.

“Com os que se aproximam e com os que vivem perto de nós.”

Não fazia ideia de onde saiu aquilo. Muito menos seu significado.

Escapou pela boca como um jorro de cinzas escuras lançadas sobre a cabeça das pessoas que agora não só me olhavam, mas também aplaudiam

O velho duende retirou o microfone das minhas mãos. Me conduziu até a porta, abriu-a e me empurrou bem suavemente para fora.

Estávamos de novo na sala circular rodeada de portas iguais e brancas.

O velhinho duende pegou no meu braço, mais uma vez suavemente, e me conduziu até a porta de saída da casa.

Abriu-a e fez uma reverência se despedindo.

Saí.

Vi meu amigo da carona sentado ao volante da van, do outro lado da rua. Parecia nervoso.

– Onde você se meteu?

– Fui ver porque você estava demorando tanto pra entregar o pacote na casa.

– Que casa?

– Aquela com a árvore grande na frente. Daí aconteceu um negócio estranho na casa.

– Eu não entreguei o pacote naquele casa. Foi no prédio de dois andares ao lado. Demorei um pouco porque o cara não conseguia encontrar o cartão pra me pagar. O que aconteceu de estranho na casa em que você entrou?

– Nada, esquece. Vamos embora.

– Você tem tomado os remédios?

– Tenho. Liga o carro e vamos embora, por favor.

– Tá legal. Não precisa ficar nervoso.

ÓCULOS

julho 24, 2017

oculosTomara que essa merda estabilize o pânico.

Mas o que a porra do pânico tem a ver com isso?
É o estômago que está doendo.

Então eu devia estar dizendo: “Tomara que essa merda estabilize meu estômago.”

E não meu pânico.

Afinal, quem quer viver com seu pânico “estabilizado”?

Se a porra do pânico está estabilizado, isso quer dizer que ele – o pânico – está lá, dentro de mim, dentro de você.

Sempre, 24 horas por dia.

Todos os dias.

Por que alguém tomaria algumas cápsulas (tomei quatro, lembro agora) para
“estabilizar” o pânico, em vez de tentar livrar-se dele?

Mas bem que eu posso ter tomado, por engano, ansiolíticos para tentar controlar uma dor no estômago.

Isso tornaria a coisa meio assustadora.

Como posso estar em dúvida se tomei as quatro cápsulas para controlar a dor no estômago ou para “estabilizar” o pânico?

Talvez trocar a palavra “estômago” por “pânico” seja uma daquelas coisas que as pessoas chamam de lapso freudiano.

Você, sem raciocinar, diz o que realmente queria dizer, em vez do que tinha
pensado em dizer.

A partir desse ponto, pode complicar mais um pouco, já que isso pode significar uma porrada de coisas.

É certo que seu estômago pode doer tanto que você entra em pânico, achando que vai morrer ou coisa perto disso.

É certo também que seu pânico pode deixar seu estômago em frangalhos, até
mesmo te dar uma úlcera de presente.

Não sei pra você, mas pra mim esses pensamentos todos só tornam tudo mais confuso ainda.

Melhor ir até a prateleira do armário do banheiro checar que merda de remédio eu tomei – e pra que exatamente ele serve.

Os frascos – cerca de dez, com quase a mesma cor e tamanho – estão meio
misturados, por isso sempre ponho os óculos pra conseguir ler os rótulos.

Eu estava de óculos quando peguei as cápsulas e tomei?

Não lembro. Mas tenho certeza de que agora estou sem óculos e não consigo ler os rótulos dos frascos a minha frente.

Se não me engano, a bula do medicamento para o estômago dizia que era pra
tomar duas cápsulas “em caso de crise aguda”.

Eu sempre tomei três ou quatro, pra “reforçar” o efeito.

Só que, se não me falha a memória, a bula do ansiolítico recomenda a mesma
dosagem para a mesma situação.

Não tem jeito, preciso da droga dos óculos pra ler os rótulos.
E onde estão eles?

Dou uma geral nas superfícies dos móveis da sala. Vou até a cozinha e o quarto.

Sem óculos à vista.

Volto ao banheiro e aos rótulos ilegíveis dos frascos na prateleira.

Começo a sentir coisas estranhas no corpo.

Cobras rastejam na minha cabeça e ratinhos de laboratório chapados
começam a arranhar as paredes do meu estômago.

Agora parece que, a qualquer momento, os ratinhos vão conseguir abrir um túnel no meu estômago e subir pra minha garganta, pra comer minha língua.

O estômago dói, a garganta dói, as cobras estão cada vez mais agitadas na
cabeça, minha língua está inchando.

Foda-se!

Preciso tomar alguma merda qualquer.

Seja lá o que eu tomei antes, não o fez efeito desejado.

Estou com dor de estômago e em pânico.

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Se isto não é uma crise, não sei mais o que é crise.

Olha, sinto muito por envolver você nessa história toda.

 

Não era minha intenção.

Mas já que você está aqui, será que podia me ajudar a encontrar os óculos?

O último poema

junho 13, 2017

fotolia_4265861_XSVou precisar de uma lápide relativamente grande, já que, segundo meus cálculos, meu epitáfio vai ser relativamente grande.

Epitáfios de uma, duas ou três frases quase nada dizem sobre quem era e o que fazia aquele monte de ossos e carne enquanto estava em cima – e não debaixo da terra, misturando-se a ela num longo processo de apodrecimento e transmutação – cósmica?

Claro, se você for cremado, a coisa acontece de outro jeito. No fim dá no mesmo.

Além disso, por minhas previsões, estou quase certo de que serei enterrado – e não incinerado, o que seria até um espetáculo interessante: o monte de carne e ossos se transformando, primeiro, numa fogueira, depois em fumaça e cinzas, que alguém vai guardar em vasos de formatos estranhos ou jogar ao vento de algum lugar, às vezes, também muito estranhos.

Mas essa parte final, quando você vai à cremação de alguém, não deixam você assistir.

Acontece escondido, depois que o caixão some dos olhos da gente.

Estávamos, contudo, falando de epitáfios, do meu, mais precisamente, e não sobre as maneiras de como nos livrar dos corpos quando eles param de funcionar de vez.

Claro, se você morrer numa explosão, por exemplo, esse problema de se livrar do corpo – do seu corpo, no caso – se resolve por si mesmo.

E continuo falando de enterros, velórios e lápides, não do meu epitáfio.

É que lembrei-me agora também daquela técnica de deixar que urubus, corvos e assemelhados façam o serviço, com os corpos sendo suspensos a determinada altura, para facilitar a deglutição dos visitantes.

Ah, e existe ainda o que eu chamo de cremação ¨punk-romântica¨, aquela que os vikings faziam, atirando flechas incendiárias num barco deslizando sobre a água e levando dentro um corpo que não funcionava mais.

Linda cerimônia, sem dúvida.

Mas, com certeza, deve haver uma lei proibindo queimar cadáveres ao ar livre.

Lógico que você não iria preso – pois já estava morto. A bronca, porém, ia acabar sobrando pra seus parentes e os amigos que tivessem aceitado seu convite para estar lá.

Além disso, você teria que encontrar três ou quatro arqueiros capazes de acertar um barco flutuando a uma distância consideravelmente grande da margem, com flechas flamejantes, é claro.

Supondo que esses arqueiros existissem e você conseguisse contatá-los, imagine quanto cobrariam para participar de um troço esquisito desses.

E a cremação “punk-romântica” envolveria também outra complicação séria.cemiterio-572x345

Você teria que organizar e pagar tudo com antecedência, correndo dois grandes riscos: talvez você morresse antes de terminar de organizar e quitar a coisa toda ou talvez você continuasse vivo por muito tempo, tempo em que você se amaldiçoaria por ter gasto toda aquela grana em seu próprio funeral e agora estar duro pra caralho por ter pago um troço que só vai acontecer lá na frente – e que você não vai poder nem assistir, por motivos óbvios.

Vamos, porém, deixar de lado essa coisa de enterros e flechas incendiárias para nos concentrarmos no epitáfio.

Repetindo, a lápide, além de grande, talvez precise ser usada em ambas as faces, quer dizer, o texto começará na frente e se estenderá até o lado de trás. Isso exigirá a colocação de um pequeno aviso, de preferência escrito com fontes diferentes, ao final da parte da frente do texto, dizendo: “continua do outro lado.”

Não é muito estético, concordo, mas talvez não exista outro jeito.

Devia ter avisado lá em cima, mas acho que agora já está claro que eu mesmo escreverei meu epitáfio.

Metade dele já está praticamente pronto – na minha cabeça. Eu repito esse trecho inicial de duas a três vezes ao dia, em voz alta. Troco uma palavra aqui, outra ali. Tiro uma vírgula, coloco um ponto, mas basicamente o texto não muda.

Ocorre que, de uns tempos para cá, cada vez que eu recito o texto, na minha cabeça o tamanho da lápide vai aumentando, aumentando…

O negócio passou a ser físico, quer dizer, minha cabeça começa a latejar, latejar, até que eu me calo, pela certeza absoluta de que, se prosseguir, minha cabeça irá literalmente explodir, espalhando pedaços do meu cérebro pelo chão.

Eu continuo a repetir essa parte inicial do epitáfio todos os dias, duas, três, quatro vezes, mas o processo está se tornando cada vez  mais doloroso. Agora já sinto a lápide aumentando na cabeça assim que pronuncio as primeiras palavras.

E o grande problema é que ainda há muita coisa a dizer. Começo a duvidar que consiga levar isso adiante, se a lápide continuar aumentando na minha cabeça, ameaçando explodi-la.

Então, por mais que isso me contrarie, vejo-me obrigado a pensar na possibilidade de mudar de rumo.

Quem sabe um poema, relativamente curto, não consiga expressar tudo o que gostaria que estivesse escrito sobre mim em meu túmulo?

Estou quase certo de que, se procurasse com cuidado, encontraria algum poema já escrito que dissesse tudo o que queria sobre minha vida.

Essa busca, contudo, poderia ser muito longa. É possível que eu levasse anos para encontrar um poema que me definisse exatamente – para os que ainda estariam vivos e para aqueles que iriam nascer.

Sinceramente, eu não estava disposto a ter essa missão como objetivo central na parte final da minha vida.

Isso me parecia uma grande perda de tempo: procurar por um poema enquanto minha vida acabava dia após dia.

Então, a saída seria eu mesmo escrever o poema.

Mas o que eu diria nele sobre mim?

Cheguei a um impasse que vem bloqueando qualquer tentativa de seguir adiante.

Vai daí, surgiu a ideia de que talvez vocês possam me ajudar nessa tarefa de compor o tal poema.

Então, espero que vocês compreendam e me ajudem.

Aos que se interessarem, peço que, por favor, sejam rápidos, pois, já que não pretendo cometer suicídio, não posso prever quando vou precisar desse poema pronto para ser gravado na minha lápide.

Obrigado pela atenção. E até a próxima.

gotico

 

 

 

 

 

 

É UMA MERDA ISSO, NÉ?

outubro 13, 2014

Bebês-Conversando

– Cara, esquece. Ando mais perturbado que o normal.

– Diz aí. Não custa nada.

– Então lá vai. É que eu estava pensando. Às vezes a solução não está aqui, mas pode estar em algum outro lugar.

– Profundo demais pra mim.

– Não, não é profundo. É bem raso, simples. Estou falando de coisas simples. Quando disse “solução”, usei a palavra errada. Na verdade, queria dizer alívio, e alívio momentâneo. Não tipo uma epifania, um despertar espiritual, essas coisas.  Aliviozinho momentâneo, PA PUM, até chegar a outra carga.

– Por nada não, mas ficou ainda mais complicado de entender.

– Vou citar um exemplo. Estava lá batucando no violão pra ver se eu relaxava. Batuquei, batuquei, batuquei, batuquei por um bom tempo. Às vezes até relaxava um pouco, mas logo ficava tenso de novo. Então levantei e lembrei que as galinhas estavam sem água e a tarde estava muito quente.  Fui lá fora e enchi as vasilhas, também joguei um pouco de milho. De repente senti que tinha relaxado. Então é isso. O alívio que eu procurava não estava no violão, mas na água e no milho que eu dei pras galinhas. Foi isso que me relaxou, me deu alívio. Agora já estou ficando tenso e desesperado de novo.  É uma merda isso, né?

– Sem dúvida!

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ZEN E A ARTE DA MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS

setembro 28, 2014

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LINK PARA DOWNLOAD DE PDF https://pedropeixotoferreira.files.wordpress.com/2014/03/robert-pirsig-zen-e-a-arte-da-manutenc3a7c3a3o-de-motocicletas.pdf

 

 

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AMANHECER

setembro 26, 2014

CONVERSA AO PÉ DA LAREIRA APAGADA

setembro 20, 2014

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Já reparou que a vida sempre acaba mal? Não tem saída. Eles sempre vencem.

– Eles quem?

– Eles, todos eles que vivem dizendo que não tem jeito, não tem saída, que você, mais cedo ou mais tarde, vai acabar caindo na armadilha. Então não adianta lutar, insistir. É melhor se entregar logo ao que eles chamam de vida.

– E o que você chama de vida?

– Eu não chamo a vida. Eu vivo a vida. Ou pelo menos tento. E às vezes eu acho que até consigo. Pelo menos é o que me parece, às vezes. De qualquer forma, a minha vida não é o que eles chamam de vida. São vidas totalmente diferentes.

– E daí?

– E daí porra nenhuma. Quer dizer, tem tudo a ver.

– Tudo a ver com o quê?

– Ah, sei lá!

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SUJO

setembro 5, 2014

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FREAK SHOW

setembro 3, 2014

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Freak show, sacou?

Claro que sacou.

Nada de novo.

Rola faz tempo

Às vezes tão freak que nem os

freaks percebem.

Acham que tudo ficou careta,

demais

Que nada.

Tudo sempre foi freak.

Freak show!

Sempre…

E demais

 

Presta atenção!

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